sexta-feira, 4 de abril de 2014

VII
CASA DOS SARAIVAS
APÚLIA - ESPOSENDE

A Casa dos Saraivas pertence, actualmente, ao Dr. José Gomes Hipólito.
É um edifício disposto em L com pátio, no qual se entra através de uma ampla porta carrária.
A Carta de Armas do brasão que ostenta na sua fachada, foi outorgada a João Veloso de Miranda que morava na Quinta da Torre, em Bassar - Barqueiros, no ano de 1736. O pergaminho, de belíssimo recorte pictórico, é propriedade do Ex.mo Sr. Eng.º Azevedo que, amavelmente o colocou a nossa disposição para estudo. Refira-se que o Sr. Eng.º Azevedo é o actual proprietário da Quinta de Bassar.
Este documento foi mandado passar por El-Rei D. João V tendo João Vellozo declarado que descendia "…e vinha de geração e linhagem dos Mirandas, Ferreiras, Vellozos e Affonsecas, e que as suas armas lhe pertenciam de Direito..." (Artur Vaz Osório da Nóbrega – Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito de Braga, vol. VII). Este João Veloso de Miranda passou assim a ter o estatuto de fidalguia.
Era filho de Luiz Vellozo de Miranda Ferreira e de sua mulher D. Teodora Luiza de Miranda, descendente dos Matos e Godinhos. Os seus ascendentes eram Cavaleiros do Hábito de Cristo e Secretários da Mesa da Consciência, sendo todos fidalgos, isto por parte do Pai. Da parte da Mãe, os seus ascendentes eram os Matos Godinhos, Oficiais da Justiça, tendo servido os cargos mais nobres.
Curiosamente na Carta de Brasão, diz-se que "...em todos os seus ascendentes nao houve raça de judeu, mouro ou mulato".
A leitura do Brasão é a seguinte: “Escudo esquartelado, no primeiro quartel as armas dos Mirandas, em campo de ouro uma aspa vermelha entre quatro flores-de-lis verdes, no segundo as dos Ferreiras, em campo vermelho entre quatro barras de ouro, no terceiro os dos Vellozos, em Campo vermelho uma torre de prata sobre um Campo verde e ao pé da porta um Açor com uma perdiz nas unhas e sobre cada castelo uma flor-de-lis de ouro, no quarto as dos Affonsecas, em campo de ouro cinco estrelas vermelhas em aspa. Elmo de prata aberto guarnecido a ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre, uns penachos de ouro, entre uma flor-de-lis de ouro e por diferença uma brica de prata e um trifólio preto.
Leitura do Escudo dos Vellozo Miranda:
Escudo e Elmo com timbre mutilado, assentes numa cartela decorativa.
Composição esquartelada
Leitura:
I - Miranda
II - Ferreira
III - Veloso
IV - Fonseca
Diferença: Uma brica com um trifólio. Timbre de Miranda mutilado.

Um outro filho de Luiz Vellozo de Miranda e de D. Theodora Luiza, de nome Raphael Joseph de Vellozo de Miranda Mattos, casou em 5 de Fevereiro de 1736, com Catharina Ribeiro de Villas Boas, natural de Criás, filha de João Manuel da Branca e de Paschoa Ribeira. Passou a viver em Criás e é assim que a sua casa passa a poder ostentar o Brasão de Armas da Família. Foi herdeiro desta casa o P.° José Villas Boas Ribeiro que recebeu Ordens Sacerdotais em 28 de Agosto de 1816.
(NEIVA, Manuel Albino Penteado - Apúlia na História e na Tradição, 2000)

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